quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Pesquisadores da USP desenvolvem plástico feito a partir da mandioca

Material é biodegradável, comestível e renovável
Pesquisadores de diversas instituições têm trabalhado em busca de alternativas ao plástico produzido a partir de derivados do petróleo. Após anos de pesquisa a Universidade de São Paulo chegou a um plástico biodegradável, comestível e renovável feito a partir de amido de mandioca. Em breve o projeto deve ser apresentado a empresas para dar início a uma produção em escala industrial.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de mandioca, e o amido é cada vez mais utilizado como matéria-prima nas indústrias de alimentos. Mas quem poderia imaginar que deste mesmo amido seria possível produzir plásticos? A idéia virou pesquisa no Laboratório de Engenharia de Alimentos da USP, e os pesquisadores chegaram a um material que pode servir como embalagem para qualquer tipo de produto. As vantagens são inúmeras: o "plástico" é biodegradável, comestível e renovável.
– O que acontece com o plástico convencional, que é feito a partir do petróleo, é que ele não é renovável, não é biodegradável e um dia vai acabar. Então uma garrafa plástica pode demorar até 100 anos para se decompor. Já o nosso filme, em questão de dois, três meses, já se decompôs e não fica no lixão causando problemas – ressalta a pesquisadora Cynthia Ditchfield.
Responsabilidade ambiental

Hoje a maioria das empresas que não quer ficar para trás está se adaptando aos padrões globais em busca do empreendedorismo sustentável. No caso dos fabricantes de plásticos não é diferente. Este estudo da USP, iniciado em 2005 e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, tem o apoio de uma das maiores petroquímicas da América Latina. Em breve o plástico verde deve virar realidade e começar a ser produzido em escala industrial.
– Este é um grande problema das indústrias hoje, o que fazer com um material que não é biodegradável? Então o impacto no meio ambiente é muito menor, as indústrias vão ter maior interesse com esses novos materiais – comemora a doutoranda Otília de Carvalho.
Quem mais uma vez agradece é o meio ambiente.

RENATA MARON
Canal Rural
01/04/2008

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